Entrevista para Saraiva conteúdo.

Caeto no Metrópolis.

Novembro de 2011.

Novembro começou agitado, terminei a HQ para a coleção Marcelo Yuka, que foi um convite do Lobo da editora Barba Negra, gostei muito de fazer essa HQ.

Todos os autores de quadrinhos convidados para participar da coleção escolheram uma música do Marcelo Yuka, para desenvolver um roteiro pra sua HQ. Eu escolhi “Todo camburão tem um pouco de navio negreiro”.

Curti muito fazer essa HQ, acho que escrevi uma história de ação sem perder o estilo da escola do underground .

Depois de tanto tempo sendo o personagem principal das minhas HQ´s, foi muito empolgante voltar a inventar um personagem em uma história sem pessoas reais. Mesmo que baseada em histórias que me contaram sobre pessoas reais, tive a liberdade de criar bastante nesse quadrinho, o que foi leve e muito divertido de fazer.

Nesse quadrinho explorei mais o meu desenho e a diagramação das páginas, todas as críticas que absorvi positivamente sobre meu trabalho no Memória de Elefante, acho que consegui usar a meu favor nesse novo livro.

Escrevi o grosso do roteiro em três dias, e desenhei as 27 páginas em um mês e meio de muito trabalho, nunca tinha feito algo tão rápido antes.

Acho que quem gostou do Memória de elefante, vai curtir muito esse meu novo trabalho.

Assim que saírem as imagens de divulgação, coloco uma palhinha no blog.

Após a entrega do livro parti para uma viagem no projeto Viagem literária, onde ministrei palestras e oficinas sobre quadrinhos biográficos, em uma turnê pelo interior do Estado de São Paulo, passando pelas cidades de Bastos, Pacaembu, Tupi Paulista,Getulina e Penápolis.

A organização de todo o projeto estava bem impressionante e todos os encontros estavam cheios de crianças, jovens e adultos interessadas em ouvir as coisas que eu queria dividir com eles, o que foi muito empolgante.

Fiquei todos os dias hospedado em um antigo hotel em Tupã, onde os corredores tinham alguma coisa que me dava a sensação de estar dentro do filme, O Iluminado, e por incrível que pareça, eu gostei disso.

De quebra, ainda dei uma oficina no SESC São Carlos no dia 13, só para viajar mais um pouquinho, e na volta para a minha casa me deparei com o meu livro à venda na Banca da Rodoviária Tietê em São Paulo, o que era um sonho meu desde quando o livro saiu. Espero que venda bem.

Tirando um balanço do que vivi até a metade do mês: terminei outro livro, fiz uma mini turnê, e realizei um sonho, agora volto a trabalhar nos outros projetos e escrevo sobre eles mais pra frente.

Vamos pra frente, que atrás vem gente!

Revista Pesquisa da FAPESP.

Gostei destas ilustrações que eu fiz pra matéria, Tempos de cólera no amor, para a revista Pesquisa, da FAPESP.

Pelo que a pesquisa diz, as pessoas andam mais agressivas nos relacionamentos, e o período de juventude tem se prolongado nas classes mais favorecidas, com pessoas indo morar fora da casa dos pais depois dos 30 anos.

Por terem filhos mais cedo, as pessoas de classe financeira mais baixa estão entrando para a vida adulta mais cedo também, tendo menos tempo para viver a juventude.

Pra mim isso diz bastante sobre as ideias e o comportamento das pessoas da minha geração e das gerações mais novas.

Viajar fazendo quadrinhos, no sentido figurado.

Esse é o primeiro texto deste blog, que fiz para manter um contato com as pessoas que gostam do meu trabalho, e caso você ache muitos erros ortográficos aqui, lembre-se de que não tive uma boa educação escolar e que sou muito preguiçoso para aprender a escrever corretamente.

Neste ano fui convidado para participar de uma mesa sobre quadrinhos biográficos, junto com o Toni (Roteirista da biografia do LuLa) e o Laudo (que fez o quadrinho, História do Clube da Esquina) no 1º FAQ, Festival anual de quadrinhos de Salvador.

Legal que estão aparecendo mais festivais de quadrinhos pelo Brasil. Ano passado fui no 1º Rio Comicon e ser convidado para esses festivais tem sido minha forma de conhecer meu país.

Até hoje eu viajei poucas vezes de avião e mais da metade da viagem de ida a Salvador não conseguia pensar em outra coisa que não fosse a morte, mas preferi arriscar a vida voando duas horas e meia, do que dois dias dentro de um ônibus, certo?

Essa foi minha primeira vez em Salvador, é uma cidade grande com todas as coisas boas e ruins de uma metrópole e com aquele mar azul é difícil o lugar não ser lindo. Também ficamos num puta hotel bacana de frente pro mar, num esquema patrão, foi classe A.

Voltando ao festival, no primeiro dia assisti a homenagem ao Mauricio de Sousa ao lado do quadrinista Gustavo Duarte. Ficamos realmente impressionados com a reação dos fãs, o cara é um pop star mesmo, ele contou uns causos muito legais também e deu pra ver que a cabeça do dele ta a mil, com diversos projetos. Legal ver esse gás num cara que já fez tanta coisa.

Alem de participar da mesa dos Biográficos, dei uma oficina e ouvi de muitos participantes sobre como era importante para eles ter esse contato com autores novos de quadrinhos e como isso estava sendo um incentivo para fazerem seus próprios quadrinhos. Essa galera da oficina era bem legam, com gente de muito talento mesmo.

Também achei bem legal a escolha dos quadrinistas que participaram do festival.

Levaram artistas com trabalhos bem diferentes desde a galera do independente até um pessoal com uma projeção maior dentro do mercado de editoras.

Gostaria de ser convidado todo ano para o primeiro festival de quadrinhos de um Estado diferente.